Antes da colonização portuguesa, a região era ocupada por índios Tupinambás ao norte e Tupiniquins ao sul, sendo a Serra de Boiçucanga - 30 km ao sul de São Sebastião - uma divisa natural das terras das tribos.
O município recebeu este nome em homenagem ao santo do dia em que passou ao largo da Ilha de São Sebastião hoje Ilhabela - a expedição de Américo Vespúcio: 20 de janeiro de 1502.
A ocupação portuguesa ocorre com o início da História do Brasil, após a divisão do território em Capitanias Hereditárias. Diogo de Unhate, Diogo Dias, João de Abreu, Gonçalo Pedroso a Francisco de Escobar Ortiz foram os sesmeiros que iniciaram a povoação, desenvolvendo o local com agricultura a pesca. Nesta época a região contava com dezenas de engenhos de cana de açúcar, responsáveis por um maior desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional a político. Isto possibilitou a emancipação político-administrativa de São Sebastião em 16 de março de 1636.
O desenvolvimento econômico prossegue baseado em culturas como a cana de açúcar. O café, o fumo e a pesca da baleia. O porto local, de grande calado natural, era utilizado para o transporte de mercadorias a também pelos navios que faziam o transporte do ouro das Minas Gerais, a também por piratas a contrabandistas. Na metade do século XIX a região tinha fazendas, onde 2.185 escravos produziram 86 mil arrobas de café no ano de 1854.
A economia sebastianense entra em declínio com a abolição da escravatura e a abertura da ferrovia Santos-São Paulo, o que aumentou a saída de mercadorias pelo porto de Santos. É quando passam a predominar a pesca artesanal e a agricultura de subsistência, com pequenas roças de mandioca, feijão a milho, características das comunidades caiçaras isoladas mesmo nos dias de hoje.
Nos anos 40, implanta-se a infra-estrutura portuária e nos anos 60 a Pretrobras instala o Terminal Marítimo Almirante Barroso/TEBAR, com capacidade de atracagem para navios de até 400.000 toneladas. Esse fatores tornaram-se decisivos para a retomada do desenvolvimento econômico.
A "descoberta" de São Sebastião como destino turístico ocorre após a abertura da rodovia Rio-Santos no final dos anos 70, proporcionando ao município mais uma oportunidade de desenvolvimento, agora baseada no turismo. De maneira controlada e ecológica, o turismo hoje é a vocação assumida pelos sebastianenses como forma de movimentar sua economia.
A Igreja Matriz é um marco na história do povo caiçara, sendo um importante símbolo de religiosidade e desenvolvimento do município de São Sebastião. Em 1603 e 1609, com a doação das terras localizadas em frente a ilha de São Sebastião (Ilhabela) aos sesmeiros, foi cedido um terreno ao Santo Padroeiro local para ser erguida uma capela. Ainda no século XVII, a igreja foi construída com pedra, cal de conchas e óleo de baleia, em estilo jesuítico com composições renascentistas, moderadas e regulares, imbuídas do espírito severo da Contra- Reforma. O frontão reto, triangular, mostra a transição entre o Renascimento e o Barroco, e a capela- mor - mais estreita - é o modelo mais comum no Brasil colonial.
A cidade foi sendo formada ao redor do prédio, onde ruas e casas permanecem até hoje originando um importante centro histórico, com 7 quarteirões tombados, a partir de 1970, pelo Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
Com o desenvolvimento do povoado e o reconhecimento da capela, o município de São Sebastião foi elevado à categoria de vila e, em 1798, após a implantação da Casa de Câmara e Cadeia - atualmente sede do 2º Batalhão da Polícia Militar -, os moradores começaram a discutir a necessidade da reforma da igreja.
A primeira grande reforma ocorreu em 1819, custeada com recursos locais. Novas intervenções ocorreram no século passado, nas décadas de 20 e 40, quando foi substituído o altar- mor e a madeira por alvenaria.
A matriz ganhou vitrais em 1950 e três anos depois os altares laterais foram trocados por altares de marmorite e gesso. As modificações continuaram em 1992 quando foram demolidos os altares de cedro.
A obra de restauração da igreja matriz teve início em 18 de julho de 2000. A reforma, executada pela empresa Fazer, foi orçada em R$ 800 mil. A Prefeitura arcou com R$ 100 mil e o restante dos recursos foi repassado pela Petrobras (R$ 400 mil) e pela Volkswagen (R$ 300 mil). A obra foi gerenciada pela Mitra Diocesana de Caraguatatuba e o projeto de restauro foi elaborado pelos arquitetos Fernanda Palumbo e José Roberto de Souza, da Divisão de Patrimônio Histórico do município.
Para realização do projeto foi realizada pesquisa iconográfica e bibliográfica, quando foram descobertas esquadrias e a conformação da cobertura original, além da disposição dos altares demolidos em 1990.
O principal objetivo do trabalho foi restaurar a parte física do prédio, com a reconstituição e valorização dos elementos que identificam a igreja. A recuperação da Igreja Matriz incluiu a revisão da fundação das colunas de madeira, concerto da viga do coro e troca da cobertura. Além disso, todo o sistema elétrico foi substituído e modernizado. Foram efetuadas ainda a recuperação do reboco à base de cal, troca de forro e piso, por modelos semelhantes aos originais e pintura nas cores primitivas. Os altares da nave – retábulos de madeira feitos em 1853 e demolidos em 1990 – foram recompostos e construídos dois altares do arco cruzeiro e altar mor, onde ficarão as imagens sacras, que atualmente se encontram no Museu de Arte Sacra.
O trabalho de restauração da igreja matriz resgatou a história da construção do prédio, assim como a existência de ossadas de pessoas enterradas no século XVIII debaixo do piso da igreja. Segundo o arqueólogo Wagner Gomes Bornal , que acompanhou a obra, era comum as pessoas serem enterradas na igreja, já que naquela época não havia cemitérios. Com as escavações também foram encontrados sinais do piso construído no século XIX e marcas na parede identificando antigas janelas.
E foi justamente durante a reabertura de três janelas na capela mor, que haviam sido fechadas em reforma anterior, provavelmente realizada na década de 20, que o ajudante de pedreiro, da empresa Fazer, Damião Gadelha, encontrou valiosas imagens sacras do século 17.
As peças são de terracota, pintadas, e representam o primeiro período da igreja.Das seis imagens encontradas, quatro estão em bom estado de conservação e são passíveis de restauro – uma delas, a de Santa Luzia, está datada – 1652. As outras imagens são: uma Nossa Senhora com menino, com cerca de 1500 m de altura; um Santo Antônio e um santo "Bispo", ainda desconhecido.
Também foram encontrados fragmentos de um Cristo crucificado e de uma imagem de São Sebastião. A descoberta desse tesouro aumenta ainda mais o mistério sobre o que teria levado alguém a emparedar imagens de imenso valor histórico na igreja matriz.
Entre elas, Maresias é a mais famosa. Como em Camburi, suas ondas perfeitas produzem um curioso efeito cascata: atraem surfistas como imã, que por sua vez magnetizam garotas de corpos esculturais. O resultado? Areias movimentadas, muita paquera e noitadas que só terminam ao amanhecer.
Se por acaso essa não for a sua praia, há um bom antídoto. Não muito longe dali reina o sossego absoluto nas duas Toque-Toques e na exclusiva Calhetas com sua "língua" de areia banhada pelo mar em ambos os lados. As familiares, Barra do Una, Juqueí e Barra do Sahy, têm águas calmas para a criançada e tranquilidade para quem toma conta.
O quartel general pode ser montado em Boiçucanga. Estrategicamente posicionada entre as praias do Sul e do Norte, possui a melhor estrutura fora do centro, além das imperdíveis cachoeiras do Ribeirão de Itu.
No lado oposto da praia, o sertão é uma ótima alternativa de passeios. Para deleite dos ecoturistas, parques e agências de aventura oferecem atividades em meio à Mata Atlântica com trilhas, rapel, arvorismo e outros esportes radicais.
Depois de tantos passeios, rume ao Centro Histórico, recentemente reformado. A partir da Igreja Matriz, o casario colonial se espalha por sete quarteirões, tombados a partir 1970 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). Na rua da praia, a Praça de Eventos oferece grandes shows na temporada. Ao lado, canhões portugueses protegem a cidade dos piratas desde o século 16.
Para invadir a cidade, os meses entre maio a julho são os mais ensolarados. Quem prefere o verão, como o navegador florentino, encontra praias mais cheias. Independentemente das estações, São Sebastião é frequentada o ano inteiro. Os habitués de suas areias parecem não ligar muito para os congestionamentos da serra, e a cada fim de semana enchem o tanque do carro e rumam com o maior prazer até a praia preferida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário